segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sem mais...

Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos…
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.

Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.

Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

Caio Fernando

terça-feira, 7 de setembro de 2010

"Apenas já não somos mais crianças e desaprendemos a cantar. As cartas continuam queimando. Eu tentei pensar em Deus. Mas Deus morreu faz muito tempo. Talvez se tenha ido junto com o sol, com o calor. Pensei que talvez o sol, o calor e Deus pudessem voltar de repente, no momento exato em que a última chama se desfizer e alguém esboçar o primeiro gesto. Mas eles não voltarão. Seria bonito, e as coisas bonitas já não acontecem mais."

Caio Fernando

sábado, 17 de julho de 2010

You are the man

Eu posso ter o dinheiro que for. Eu posso vir a ter o dinheiro que for. Eu posso nao ter e nem vir a ter o dinheiro que nao for. Nao importa. Nao para mim. Nao para nós. Nao para os que me rodeiam. Um encontro, um barzinho, uma boa beer, uma bossa, nossa! O lugar? Nao importa. Nao para mim. Nao para nós. Nao para os que me rodeiam.
Eu estou a milhas e milhas do meu lugar. O meu lugar é meu! Com as minhas pessoas. Com os meus amores. Com os meus amigos. Com as minhas mulheres. Com a minha vida. Posso dirigir-me em qualquer sentido, acaberei voltando sempre ao meu ponto de partida: meu lugar(o paraiso).

Hoje estou triste. Mais do que outros dias. Uma parte minha escapou, esta em outro territorio geografico. Emocional nao, nao ha como sair desse territorio que a pus. Impotencia!!! Esse e o meu sentimento em relacao a isso. A prepotencia que em muitas ocasioes me é peculiar, deu lugar à IMPOTENCIA! Essa parte era fundamental, era aquele contrapeso, aquele freio que te segura. Se voce é demais, essa parte é aquela que te faz atingir o ponto ideal, ser bom e bem. Foi essa parte que eu perdi. Agora vou ter que me adaptar sem ela. Tentar ser um pouco menos, precisar menos de um freio, de um equilibrio. Como afirmou Darwin: os mais aptos sobrevivem. Tentarei me adaptar. Nao serei o mesmo, mas serei forte e firme.


Um grande abraco e seja muito feliz meu grande amigo, Pedro(Ambientalista).

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Relato qualquer

e a saudade me consome como fosse um 12 anos qualquer. a mente mata. a lembranca e' um lamurio desordenado, mas que atormenta, persegue. bitch! . o portugues ruim foi abandonado. agora so me resta tomar um scoth e mandar uns tres "fuck you" por ai.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Nordestino sim,
Nordestinado não.


“ Não é Deus quem nos castiga
Nem é a seca que obriga
Sofrermos dura sentença
Não somos nordestinados
Nós somos injustiçados
Tratados com indiferença

Sofremos em nossa vida
Uma batalha renhida
Do irmão contra o irmão
Nós somos injustiçados
Nordestinos explorados
Mas nordestinados não

Há muita gente que chora
Vagando de estrada afora
Sem terra, sem lar, sem pão
Crianças esfarrapadas
Famintas, escaveiradas
Morrendo de inanição””

domingo, 13 de junho de 2010

Nada é um martírio, tudo depende da companhia e do convívio...

"Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse"


Zé Da Luz

talvezmim

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