sábado, 29 de maio de 2010

Relatos de um cão covarde

Esse é o meu grande ato de covardia. Após analisar, pude perceber isso. Sou covarde mesmo, fato!

Sou covarde pelo fato de que quando estás comigo não existe nós, não existe a gente, existe você. Eu sou apenas um fã bobo daqueles que qualquer beijo, toalha molhada ou chiclete mascado, faz valer todo o sacrifício de estar ali.

Sou covarde mesmo. Porque quando juntos deixo de ter vida, apenas te assisto a cada minuto, tentando não perder nenhum movimento teu. Não falo, psicografo filósofos e poetas chulos que me habitam, pra tentar parecer um tanto admirável à você. Não ajo, apenas faço movimentos para tentar acompanhar tua sombra.

Sou covarde sim! Sou covarde por depender desse colo. Desse jeitinho só teu de me amar odiando. De ter feito de ti uma pílula mais viciante do que lsd. Sou covarde por te amar tanto ao ponto de te querer longe pelo covarde medo de te fazer chorar. Não, isso não. Minha vida não pode desabar em prantos, que a sua desabe, a minha não!

É, caro amigo conhecedor de notas, eu sou covarde sim. Você está certíssimo. Obrigado por me abrir os olhos. Mas, quer saber,aqui vai um conselho: largue as cordas e seja covarde também. Quem sabe ao invés de aplausos ganhes amor.


Obrigado pela atenção.



Victor Andrade

domingo, 9 de maio de 2010

Grande amiga, você voltou. Já era a hora, hein?! Quantas saudades eu senti de ti, dos nossos momentos. Você que era presente em minha vida, me abandonou. Quer dizer, nem sei. Acho que fui eu quem te expulsou. Ah! Não interessa. Você voltou, isso importa. Percebi que estamos em mais sintonia do que nunca. Agora, cara amiga, eu te peço encarecidamente, não se vá mais. Nem que eu te expulse, enxote, não liga pra nada disso. Perdoa essa minha intermitência. Não me abandona mais, Felicidade.

Abraços à você companheira Felicidade.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

does anybody know where we are really gonna go?

eu sei, eu sei. nós vamo ali, bem ali. não, não, aquilo não. vamos além daquilo. está vendo aquelas montanhas? vamos um pouco mais. está vendo aquele vilarejo? garanto que vamos mais. está vendo aquela casa? aquela ali, ó, pré-fabricada. pois é. passaremos. vamos cantando, vamos além dela. vamos de canto. tá combinado então: você canta para mim qualquer coisa assim sobre você, que explique a minha paz. que eu garanto, tristeza nunca mais.


Ah! Chega! não sei aonde vamos, não. admito, não sei mesmo. mas, quer saber?! qual a graça de saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada?

Esquece. Só vem comigo. Ao lado. Não, não. Na frente, me guiando por tudo, por todo, por sempre. e não importa se o "pra sempre" sempre acaba. pra nós não. nada importa.

vem!


Victor Andrade

domingo, 2 de maio de 2010

a magia do nosso teatro

De repente toda a mágica que havia se esvaído, renasceu, voltou, ressurgiu, como uma fênix que se refaz de suas próprias cinzas. A casinha apertada que construímos com a presença, com escritos, com camelos, com sorrisos, com "nós", dia após dia, voltou a ter cor, a ter graça, já não sobro(só) naquele singelo sobradinho cujo qual o ventilador não faz mais falta(há outra companhia me deixando gélido).

Sim! As nossas preces alcançaram o céu, sim. Mas também já foram veladas algumas vezes. Hoje elas estão aí, esperando alçar voo. Coração, eu também não sei o que aconteceu. Deveria, eu sei. Mas não sei. No fundo, eu só espero que o seu rosto ainda tenha o gosto meu.

Temo quando te espio(coisa que faço com a frequência do piscar de olhos) e vejo você falando da lua, da estrela e de um certo mal. Este, que ultimamente, anda te acompanhando como Sancho Pança e Dom Quixote. Garanto, como na obra, que ele irá se render aos seus sonhos, à sua fantasia, à sua magia, essa que balança o mundo, que une bailarina e soldado de chumbo.

Nada é mais vazio, nem aquela casinha que construímos no início, desde o início. Ultimamente ela, tão pequena, me parecia mansão, castelo. Era só eu, dentro daquele imenso "casarinha". Mas não consigo não me render ao seu eterno(perfeito) plié. Ele me deixa atônito, estático, na iminente inércia da inacção. Ele torna essa casinha um cubículo, onde não cabe mais nada, nada além do nosso amor cheio de rugas.

Estranho, aquele velho beijo com sabor de café requentado já não foi mais o mesmo. Foi mais, foi além. Foi ele que manteve de pé quando faltou a solitária perna de chumbo.

"Me abraça forte, que é chegada a nossa hora"

Victor Andrade

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