Eu estou morrendo! Sim, estou. Não me faz pior admitir. Eu estou morrendo a cada dia que passa. Toda noite, antes, após ou até durante a oração, me pego com esse pensamento fúnebre. Às vezes é meio triste, outras é bom. Fico triste por pensar que mais um dia se foi, 24 horas a menos até a hora de eu não mais ser(terreno). Isso é triste. Fico feliz por viver mais um dia e perceber que fui feliz, que fui eu, que fui amigo, amante. Que fui. Que existi. E que pra uma, pelo menos uma pessoa, eu fui a melhor companhia daquele dia. Fui o motivo do seu riso, fui o conselheiro, fui sua vida por alguns minutos ou horas. Fico triste também, por haver a hipótese de eu ser o choro de alguém. Por eu ser o fim do seu riso, aquilo que lhe faz deixar de brilhar e se torna breu. Fico feliz de saber que quanto mais perto chego da minha morte, mais mudanças ocorrem. Não sei se boas ou ruins, mas são mudanças. Elas são importantes, são essenciais. Que graça teria ter aquela velha opinião formada sobre tudo? Não, obrigado! Metamorfose Ambulante! Já não sou mais o mesmo de ontem, nem sequer o mesmo do desjejum. Sei, soa filosófico, poético. Não é. É verdade. Imagine quantas coisas ocorrem num período de 4 horas. Elas podem lhe mudar muito, por muito tempo. Em outras tantas vezes, fico triste por, talvez, essas mudanças me fazerem pior. Não, pior não. Me fazerem diferente demais pros meus. Temo que eles não acompanhem isso, não gozem do mesmo momento que eu, que eles não gozem como eu. Temo perdê-los justamente pelo que acho mais bacana do "serumano"; mudanças. Mas, a felicidade sempre vai prevalecer, eu sei. Quer dizer, não sei, mas torço. Não gosto de falar "sempre". Nada é para sempre. Eu sei, falo por saber. Já fiz juras eternas de amor à minha "sempre" amada companheira. Sim, eu acreditava que fossêmos ser pra sempre. Ela também. Todos também. Hoje, o "oi" apenas, nos traduz por completo. Somos meros conhecidos. Já fomos "sempre", hoje nem somos mais. E, sim, era amor de verdade, com certeza absoluta(o pleonasmo cabe aqui). Com a certeza de um pobre rapaz que sofre de "depressão pós-algumacoisa".
Não penso na morte como algo triste, plausível de choro. Sim, eu choro. De burro que sou! O ato de morrer é inerente ao ser humano. Todos morrem, todos sabem. Ninguém espera, mas todos sabem. O que muda é a concepção de morte. Pra alguns ela é razão de desespero, ela é o inimigo que lhe rouba os entes e amigos. Que lhe fere ao ponto de não cicatrizar jamais. É um significado doloroso à morte. Outros tantos consideram a morte como uma passagem espiritual, apenas a transição para um novo estágio. Há outra turma, da qual faço parte, que não sabe, nem se importa em saber, se morte é passagem, estágio, o quer que seja. Vivem e pronto. Consideram a morte como a única companheira da dose saideira. Fazem dela um happy end de incontáveis happy hours.
Vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, morramos como quem soube viver direito.
Victor Andrade
quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
À Ana
Minha amiga.
É verdade que eu parto, e para uma viagem muito longa e remota, que será como um desaparecimento. E é verdade ainda que a empreendo assim bruscamente, não por curiosidade de um espírito que já não tem curiosidades – mas para findar do modo mais condigno e mais belo uma ligação, que, como a nossa, não deveria nunca ser maculada por uma agonia tormentosa e lenta.
Decerto, agora que eu dolorosamente reconheço que sobre o nosso tão viçoso e forte amor se vai em breve exercer a lei universal de perecimento e fim das coisas – eu poderia, poderíamos ambos, tentar, por um esforço destro e delicado do coração e da inteligência, o seu prolongamento fictício. Mas seria essa tentativa digna de si, de mim, da nossa lealdade – e da nossa paixão? Não! Só nos prepararíamos assim um arrastado tormento, sem a beleza dos tormentos que a alma apetece e aceita, nos puros momentos de fé e todo deslustrado e desfeado por impaciências, recriminações, inconfessados arrependimentos, falsa ressurreições do desejo, e de todos os enervamentos as saciedade. Não conseguiríamos deter a marcha da lei inexorável – e um dia nos encontraríamos, um diante do outro, como vazios, irreparavelmente tristes, e cheios do amargor da luta inútil. E de uma cousa tão pura e sã e luminosa, como foi o nosso amor, só nos ficaria, presente e pungente, a recordação de destroços e farrapos feitos por nossas mãos, e por elas rojados com desespero no pó derradeiro de tudo.
Não! Tal acabar seria intolerável. E depois como toda a luta é ruidosa, e se ano pode nunca disciplinar e enclausurar no segredo do coração, nós deixaríamos decerto entrever enfim ao mundo um sentimento que dele escondemos por altivez, não por cautela – e o mundo conheceria o nosso amor justamente quando ele já perdera a elevação e a grandeza que quase o santificam... De resto, que importa o mundo? Só para nós, que fomos um para o outro e amplamente o mundo todo, é que devemos evitar ao nosso amor a lenta decomposição que degrada.
Para perpétuo orgulho do nosso coração é necessário que desse amor, que tem de perecer como tudo o que vive, mesmo o Sol – nos fique uma memória tão límpida e perfeita que ela só por si nos possa dar, durante o porvir melancólico, um pouco dessa felicidade e encanto que o próprio amor nos deu quando era em nós uma sublime realidade governando o nosso ser.
A morte, na plenitude da beleza e da força, era considerada pelos antigos como o melhor benefício dos deuses – sobretudo para os que sobreviviam, porque sempre a face amada que passara lhes permanecia na memória com o seu natural viço e sã formosura, e não mirrada e deteriorada pela fadiga, pelas lágrimas, pela desesperança, pelo amor. Assim deve ser também com o nosso amor.
Por isso mal lhe surpreendi os primeiros desfalecimentos, e, desolado, verifiquei que o tempo o roçara com a frialdade da sua foice – decidi partir, desaparecer. O nosso amor, minha amiga, será assim como uma flor milagrosa que cresceu, desabrochou, deu todo o seu aroma – e, nunca cortada, nem sacudida dos ventos ou das chuvas, nem de leve emurchecida, fica na sua haste solitária, encantando ainda com as suas cores os nossos olhos quando para ela de longe se volvem, e para sempre, através da idade, e perfumando a nossa vida.
Da minha vida sei, pelo menos, que ela perpetuamente será iluminada e perfumada pela sua lembrança. Eu sou na verdade como um desses pastores que outrora, caminhando pensativamente por uma colina da Grécia, viam de repente, ante os seus olhos extáticos, Vênus magnífica e amorosa que lhes abria os braços brancos. Durante um momento o pastor mortal repousava sobre o seio divino, e sentia o murmúrio do divino suspirar. Depois havia um leve frêmito – e ele só encontrava ante si uma nuvem recendente que se levantavam se sumia nos ares por entre o vôo claro das pombas. Apanhava seu cajado, descia a colina... Mas para sempre, através da vida, conservava um deslumbramento inefável. Os anos poderiam rolar, e o seu gado morrer, e a ventania levar o colmo da sua choupana, e todas as misérias da velhice sobre ele caírem – que sem cessar sua alma resplandecia, e um sentimento de glória ultra-humano o elevava acima do transitório e do perecível, porque na fresca manha de Maio, além, sobre o cimo da colina, ele tivera o seu momento de divinização entre o mirto e o tomilho!
Adeus, minha amiga. Pela felicidade incomparável que me deu – seja perpetuamente bendita.
(adaptado)
Minha amiga.
É verdade que eu parto, e para uma viagem muito longa e remota, que será como um desaparecimento. E é verdade ainda que a empreendo assim bruscamente, não por curiosidade de um espírito que já não tem curiosidades – mas para findar do modo mais condigno e mais belo uma ligação, que, como a nossa, não deveria nunca ser maculada por uma agonia tormentosa e lenta.
Decerto, agora que eu dolorosamente reconheço que sobre o nosso tão viçoso e forte amor se vai em breve exercer a lei universal de perecimento e fim das coisas – eu poderia, poderíamos ambos, tentar, por um esforço destro e delicado do coração e da inteligência, o seu prolongamento fictício. Mas seria essa tentativa digna de si, de mim, da nossa lealdade – e da nossa paixão? Não! Só nos prepararíamos assim um arrastado tormento, sem a beleza dos tormentos que a alma apetece e aceita, nos puros momentos de fé e todo deslustrado e desfeado por impaciências, recriminações, inconfessados arrependimentos, falsa ressurreições do desejo, e de todos os enervamentos as saciedade. Não conseguiríamos deter a marcha da lei inexorável – e um dia nos encontraríamos, um diante do outro, como vazios, irreparavelmente tristes, e cheios do amargor da luta inútil. E de uma cousa tão pura e sã e luminosa, como foi o nosso amor, só nos ficaria, presente e pungente, a recordação de destroços e farrapos feitos por nossas mãos, e por elas rojados com desespero no pó derradeiro de tudo.
Não! Tal acabar seria intolerável. E depois como toda a luta é ruidosa, e se ano pode nunca disciplinar e enclausurar no segredo do coração, nós deixaríamos decerto entrever enfim ao mundo um sentimento que dele escondemos por altivez, não por cautela – e o mundo conheceria o nosso amor justamente quando ele já perdera a elevação e a grandeza que quase o santificam... De resto, que importa o mundo? Só para nós, que fomos um para o outro e amplamente o mundo todo, é que devemos evitar ao nosso amor a lenta decomposição que degrada.
Para perpétuo orgulho do nosso coração é necessário que desse amor, que tem de perecer como tudo o que vive, mesmo o Sol – nos fique uma memória tão límpida e perfeita que ela só por si nos possa dar, durante o porvir melancólico, um pouco dessa felicidade e encanto que o próprio amor nos deu quando era em nós uma sublime realidade governando o nosso ser.
A morte, na plenitude da beleza e da força, era considerada pelos antigos como o melhor benefício dos deuses – sobretudo para os que sobreviviam, porque sempre a face amada que passara lhes permanecia na memória com o seu natural viço e sã formosura, e não mirrada e deteriorada pela fadiga, pelas lágrimas, pela desesperança, pelo amor. Assim deve ser também com o nosso amor.
Por isso mal lhe surpreendi os primeiros desfalecimentos, e, desolado, verifiquei que o tempo o roçara com a frialdade da sua foice – decidi partir, desaparecer. O nosso amor, minha amiga, será assim como uma flor milagrosa que cresceu, desabrochou, deu todo o seu aroma – e, nunca cortada, nem sacudida dos ventos ou das chuvas, nem de leve emurchecida, fica na sua haste solitária, encantando ainda com as suas cores os nossos olhos quando para ela de longe se volvem, e para sempre, através da idade, e perfumando a nossa vida.
Da minha vida sei, pelo menos, que ela perpetuamente será iluminada e perfumada pela sua lembrança. Eu sou na verdade como um desses pastores que outrora, caminhando pensativamente por uma colina da Grécia, viam de repente, ante os seus olhos extáticos, Vênus magnífica e amorosa que lhes abria os braços brancos. Durante um momento o pastor mortal repousava sobre o seio divino, e sentia o murmúrio do divino suspirar. Depois havia um leve frêmito – e ele só encontrava ante si uma nuvem recendente que se levantavam se sumia nos ares por entre o vôo claro das pombas. Apanhava seu cajado, descia a colina... Mas para sempre, através da vida, conservava um deslumbramento inefável. Os anos poderiam rolar, e o seu gado morrer, e a ventania levar o colmo da sua choupana, e todas as misérias da velhice sobre ele caírem – que sem cessar sua alma resplandecia, e um sentimento de glória ultra-humano o elevava acima do transitório e do perecível, porque na fresca manha de Maio, além, sobre o cimo da colina, ele tivera o seu momento de divinização entre o mirto e o tomilho!
Adeus, minha amiga. Pela felicidade incomparável que me deu – seja perpetuamente bendita.
(adaptado)
terça-feira, 16 de março de 2010
Faço-me de morto
não, não quero torto
a razão do sentimento
que festeja ao doer.
Morro, estou vivo
No peito dou-me o tiro
que me queime a roupa
que me arranque as "tripa"
que me molhe a boca
imersa em nostalgia.
Psiu! mais uma dose
pra matar a sede
pra morrer no vão
pra overdose
armar a rede
que repouses meu quinhão.
Victor Andrade
não, não quero torto
a razão do sentimento
que festeja ao doer.
Morro, estou vivo
No peito dou-me o tiro
que me queime a roupa
que me arranque as "tripa"
que me molhe a boca
imersa em nostalgia.
Psiu! mais uma dose
pra matar a sede
pra morrer no vão
pra overdose
armar a rede
que repouses meu quinhão.
Victor Andrade
terça-feira, 9 de março de 2010
Estranho como as pessoas mudam. Estranho o jeito e a rapidez com que elas mudam. Mas, engraçado, o mais estranho de tudo é ver que ainda são as mesmas. Como mudam e ainda conseguem ser as mesmas?
Hoje parei pra pensar como eu mudei. Peguei algumas fotos de infância, que por sinal não são poucas, e tentei lembrar o que eu pensava quando eu tinha meus sete-oito anos. Só lembrei de alguns fatos curiosos: Papai Noel, meus bonecos dos Cavaleiros do zodiaco, que eu queria ter um chachorro, que ir pra escola de manhã era chato, que queria ter uma guitarra, e que foi o ano que ganhei o “Wish you were here” do Pink Floyd e que, provavelmente tinha passado muito tempo escutando. Depois dessas lembranças, busquei recordar coisas mais recentes, talvez assim me sairia melhor.
No meu momento saudosista, caí de pára quedas no ano passado. A memória mais forte foi a de que conheci uma garota. Bem, a partir daí, só me lembro de ter gastado todo meu amor nos primeiros segundos que fiquei com ela. Estranho, mas aquele ano, se passou em alguns segundos. Ao menos pra mim. Gostava do jeito que ela olhava pra mim. Amava isso. Era tudo tão fascinante quando estava com ela. Como se ela fosse meu prisma e pudesse refratar minha luz branca sem graça em todas as cores do arco-íris. Eu a fazia rir. Ela gostava. Tenho certeza que sim. Poderia ficar falando por horas pra vocês sobre todos aqueles segundos. Sim, caros amigos, eu estava apaixonado pela pessoa mais perfeita pra mim.
Mas as pessoas mudam, não é? E num belo fim de tarde de domingo...acabou. Todo aquele sólido sentimento, simplesmente sublimou. Sem aviso prévio, nem carta de despejo. Nem um porquê. Nem sequer um maldito porquê. A vida é breve para questionamentos.
Acontece que, a vida é isso. Todos mudamos o tempo todo sendo os mesmos. Nas seguintes semanas não conseguia a ver se aquela velha sensação de frio na espinha. Passei a cultuar o amor inexistente...até ver que ela mudou. Ela mudou, já não anda como antes, já não frequenta os mesmos lugares, cresceu alguns milímetros, estuda outras coisas, anda com outra turma, uma turma sem graça e nada exemplar. Achei ela um tanto influenciável. Mas, com o mesmo sorriso de desprezo que a marcava tanto, e que vez por outra brotava dos lábios seus. Pouco restava daquela velha garota que me cativou sem porque há um ano atrás.
Depois fui pensar se eu era que tinha mudado meu ponto de vista ou se realmente ela que havia sido uma metamorfose ambulante. Fiquei triste. Porque de alguma forma, talvez cósmica, ela ainda detinha grande parte da minha preocupação. Acho que algo mais paterno, mais de cuidado, de um carinho inexplicável. Triste ficava quando a via naquele âmbito, fazendo coisas que não considero legais, e acho que no fundo e no final ela concordaria comigo. Quando imaginava que não poderia fazer nada, pelo simples fato de achar que ela não vai dar a mínima pra mim... Não! Isso é ruim de mais. Ainda mais quando você sabe que não é mais o sentimento de desejo, mas o de carinho, atenção e preocupação que imperam. Posso não estar com ela nem ser seu melhor amigo, mas acho que ela sempre será a pessoa que procurarei saber da vida. Não sei até que ponto isso é bom( ou ruim) pra mim. Querendo ou não, durante alguns segundos ela não foi sequer a razão da minha vida, pois ela era minha vida por completo.
"Ainda somos os mesmo e vivemos como os nossos pais."
Pedro Henrique
Hoje parei pra pensar como eu mudei. Peguei algumas fotos de infância, que por sinal não são poucas, e tentei lembrar o que eu pensava quando eu tinha meus sete-oito anos. Só lembrei de alguns fatos curiosos: Papai Noel, meus bonecos dos Cavaleiros do zodiaco, que eu queria ter um chachorro, que ir pra escola de manhã era chato, que queria ter uma guitarra, e que foi o ano que ganhei o “Wish you were here” do Pink Floyd e que, provavelmente tinha passado muito tempo escutando. Depois dessas lembranças, busquei recordar coisas mais recentes, talvez assim me sairia melhor.
No meu momento saudosista, caí de pára quedas no ano passado. A memória mais forte foi a de que conheci uma garota. Bem, a partir daí, só me lembro de ter gastado todo meu amor nos primeiros segundos que fiquei com ela. Estranho, mas aquele ano, se passou em alguns segundos. Ao menos pra mim. Gostava do jeito que ela olhava pra mim. Amava isso. Era tudo tão fascinante quando estava com ela. Como se ela fosse meu prisma e pudesse refratar minha luz branca sem graça em todas as cores do arco-íris. Eu a fazia rir. Ela gostava. Tenho certeza que sim. Poderia ficar falando por horas pra vocês sobre todos aqueles segundos. Sim, caros amigos, eu estava apaixonado pela pessoa mais perfeita pra mim.
Mas as pessoas mudam, não é? E num belo fim de tarde de domingo...acabou. Todo aquele sólido sentimento, simplesmente sublimou. Sem aviso prévio, nem carta de despejo. Nem um porquê. Nem sequer um maldito porquê. A vida é breve para questionamentos.
Acontece que, a vida é isso. Todos mudamos o tempo todo sendo os mesmos. Nas seguintes semanas não conseguia a ver se aquela velha sensação de frio na espinha. Passei a cultuar o amor inexistente...até ver que ela mudou. Ela mudou, já não anda como antes, já não frequenta os mesmos lugares, cresceu alguns milímetros, estuda outras coisas, anda com outra turma, uma turma sem graça e nada exemplar. Achei ela um tanto influenciável. Mas, com o mesmo sorriso de desprezo que a marcava tanto, e que vez por outra brotava dos lábios seus. Pouco restava daquela velha garota que me cativou sem porque há um ano atrás.
Depois fui pensar se eu era que tinha mudado meu ponto de vista ou se realmente ela que havia sido uma metamorfose ambulante. Fiquei triste. Porque de alguma forma, talvez cósmica, ela ainda detinha grande parte da minha preocupação. Acho que algo mais paterno, mais de cuidado, de um carinho inexplicável. Triste ficava quando a via naquele âmbito, fazendo coisas que não considero legais, e acho que no fundo e no final ela concordaria comigo. Quando imaginava que não poderia fazer nada, pelo simples fato de achar que ela não vai dar a mínima pra mim... Não! Isso é ruim de mais. Ainda mais quando você sabe que não é mais o sentimento de desejo, mas o de carinho, atenção e preocupação que imperam. Posso não estar com ela nem ser seu melhor amigo, mas acho que ela sempre será a pessoa que procurarei saber da vida. Não sei até que ponto isso é bom( ou ruim) pra mim. Querendo ou não, durante alguns segundos ela não foi sequer a razão da minha vida, pois ela era minha vida por completo.
"Ainda somos os mesmo e vivemos como os nossos pais."
Pedro Henrique
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