terça-feira, 9 de março de 2010

Estranho como as pessoas mudam. Estranho o jeito e a rapidez com que elas mudam. Mas, engraçado, o mais estranho de tudo é ver que ainda são as mesmas. Como mudam e ainda conseguem ser as mesmas?
Hoje parei pra pensar como eu mudei. Peguei algumas fotos de infância, que por sinal não são poucas, e tentei lembrar o que eu pensava quando eu tinha meus sete-oito anos. Só lembrei de alguns fatos curiosos: Papai Noel, meus bonecos dos Cavaleiros do zodiaco, que eu queria ter um chachorro, que ir pra escola de manhã era chato, que queria ter uma guitarra, e que foi o ano que ganhei o “Wish you were here” do Pink Floyd e que, provavelmente tinha passado muito tempo escutando. Depois dessas lembranças, busquei recordar coisas mais recentes, talvez assim me sairia melhor.
No meu momento saudosista, caí de pára quedas no ano passado. A memória mais forte foi a de que conheci uma garota. Bem, a partir daí, só me lembro de ter gastado todo meu amor nos primeiros segundos que fiquei com ela. Estranho, mas aquele ano, se passou em alguns segundos. Ao menos pra mim. Gostava do jeito que ela olhava pra mim. Amava isso. Era tudo tão fascinante quando estava com ela. Como se ela fosse meu prisma e pudesse refratar minha luz branca sem graça em todas as cores do arco-íris. Eu a fazia rir. Ela gostava. Tenho certeza que sim. Poderia ficar falando por horas pra vocês sobre todos aqueles segundos. Sim, caros amigos, eu estava apaixonado pela pessoa mais perfeita pra mim.
Mas as pessoas mudam, não é? E num belo fim de tarde de domingo...acabou. Todo aquele sólido sentimento, simplesmente sublimou. Sem aviso prévio, nem carta de despejo. Nem um porquê. Nem sequer um maldito porquê. A vida é breve para questionamentos.
Acontece que, a vida é isso. Todos mudamos o tempo todo sendo os mesmos. Nas seguintes semanas não conseguia a ver se aquela velha sensação de frio na espinha. Passei a cultuar o amor inexistente...até ver que ela mudou. Ela mudou, já não anda como antes, já não frequenta os mesmos lugares, cresceu alguns milímetros, estuda outras coisas, anda com outra turma, uma turma sem graça e nada exemplar. Achei ela um tanto influenciável. Mas, com o mesmo sorriso de desprezo que a marcava tanto, e que vez por outra brotava dos lábios seus. Pouco restava daquela velha garota que me cativou sem porque há um ano atrás.
Depois fui pensar se eu era que tinha mudado meu ponto de vista ou se realmente ela que havia sido uma metamorfose ambulante. Fiquei triste. Porque de alguma forma, talvez cósmica, ela ainda detinha grande parte da minha preocupação. Acho que algo mais paterno, mais de cuidado, de um carinho inexplicável. Triste ficava quando a via naquele âmbito, fazendo coisas que não considero legais, e acho que no fundo e no final ela concordaria comigo. Quando imaginava que não poderia fazer nada, pelo simples fato de achar que ela não vai dar a mínima pra mim... Não! Isso é ruim de mais. Ainda mais quando você sabe que não é mais o sentimento de desejo, mas o de carinho, atenção e preocupação que imperam. Posso não estar com ela nem ser seu melhor amigo, mas acho que ela sempre será a pessoa que procurarei saber da vida. Não sei até que ponto isso é bom( ou ruim) pra mim. Querendo ou não, durante alguns segundos ela não foi sequer a razão da minha vida, pois ela era minha vida por completo.

"Ainda somos os mesmo e vivemos como os nossos pais."

Pedro Henrique

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