segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sem mais...

Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos…
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.

Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.

Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

Caio Fernando

terça-feira, 7 de setembro de 2010

"Apenas já não somos mais crianças e desaprendemos a cantar. As cartas continuam queimando. Eu tentei pensar em Deus. Mas Deus morreu faz muito tempo. Talvez se tenha ido junto com o sol, com o calor. Pensei que talvez o sol, o calor e Deus pudessem voltar de repente, no momento exato em que a última chama se desfizer e alguém esboçar o primeiro gesto. Mas eles não voltarão. Seria bonito, e as coisas bonitas já não acontecem mais."

Caio Fernando

sábado, 17 de julho de 2010

You are the man

Eu posso ter o dinheiro que for. Eu posso vir a ter o dinheiro que for. Eu posso nao ter e nem vir a ter o dinheiro que nao for. Nao importa. Nao para mim. Nao para nós. Nao para os que me rodeiam. Um encontro, um barzinho, uma boa beer, uma bossa, nossa! O lugar? Nao importa. Nao para mim. Nao para nós. Nao para os que me rodeiam.
Eu estou a milhas e milhas do meu lugar. O meu lugar é meu! Com as minhas pessoas. Com os meus amores. Com os meus amigos. Com as minhas mulheres. Com a minha vida. Posso dirigir-me em qualquer sentido, acaberei voltando sempre ao meu ponto de partida: meu lugar(o paraiso).

Hoje estou triste. Mais do que outros dias. Uma parte minha escapou, esta em outro territorio geografico. Emocional nao, nao ha como sair desse territorio que a pus. Impotencia!!! Esse e o meu sentimento em relacao a isso. A prepotencia que em muitas ocasioes me é peculiar, deu lugar à IMPOTENCIA! Essa parte era fundamental, era aquele contrapeso, aquele freio que te segura. Se voce é demais, essa parte é aquela que te faz atingir o ponto ideal, ser bom e bem. Foi essa parte que eu perdi. Agora vou ter que me adaptar sem ela. Tentar ser um pouco menos, precisar menos de um freio, de um equilibrio. Como afirmou Darwin: os mais aptos sobrevivem. Tentarei me adaptar. Nao serei o mesmo, mas serei forte e firme.


Um grande abraco e seja muito feliz meu grande amigo, Pedro(Ambientalista).

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Relato qualquer

e a saudade me consome como fosse um 12 anos qualquer. a mente mata. a lembranca e' um lamurio desordenado, mas que atormenta, persegue. bitch! . o portugues ruim foi abandonado. agora so me resta tomar um scoth e mandar uns tres "fuck you" por ai.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Nordestino sim,
Nordestinado não.


“ Não é Deus quem nos castiga
Nem é a seca que obriga
Sofrermos dura sentença
Não somos nordestinados
Nós somos injustiçados
Tratados com indiferença

Sofremos em nossa vida
Uma batalha renhida
Do irmão contra o irmão
Nós somos injustiçados
Nordestinos explorados
Mas nordestinados não

Há muita gente que chora
Vagando de estrada afora
Sem terra, sem lar, sem pão
Crianças esfarrapadas
Famintas, escaveiradas
Morrendo de inanição””

domingo, 13 de junho de 2010

Nada é um martírio, tudo depende da companhia e do convívio...

"Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse"


Zé Da Luz

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sexo para a vida
A vida para.

Suar,
soar, sonetos
O som do silêncio
Do suplício, das súplicas
Por mais um beijo
Um basta. Bosta!
Abraços, afagos, afogos
No mar dos mortos
Morte do beijo
Do silêncio
Da saliência
Do sexo
Da vida.
Bosta!


Victor Andrade

segunda-feira, 7 de junho de 2010

"Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais."

"todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou"

sábado, 29 de maio de 2010

Relatos de um cão covarde

Esse é o meu grande ato de covardia. Após analisar, pude perceber isso. Sou covarde mesmo, fato!

Sou covarde pelo fato de que quando estás comigo não existe nós, não existe a gente, existe você. Eu sou apenas um fã bobo daqueles que qualquer beijo, toalha molhada ou chiclete mascado, faz valer todo o sacrifício de estar ali.

Sou covarde mesmo. Porque quando juntos deixo de ter vida, apenas te assisto a cada minuto, tentando não perder nenhum movimento teu. Não falo, psicografo filósofos e poetas chulos que me habitam, pra tentar parecer um tanto admirável à você. Não ajo, apenas faço movimentos para tentar acompanhar tua sombra.

Sou covarde sim! Sou covarde por depender desse colo. Desse jeitinho só teu de me amar odiando. De ter feito de ti uma pílula mais viciante do que lsd. Sou covarde por te amar tanto ao ponto de te querer longe pelo covarde medo de te fazer chorar. Não, isso não. Minha vida não pode desabar em prantos, que a sua desabe, a minha não!

É, caro amigo conhecedor de notas, eu sou covarde sim. Você está certíssimo. Obrigado por me abrir os olhos. Mas, quer saber,aqui vai um conselho: largue as cordas e seja covarde também. Quem sabe ao invés de aplausos ganhes amor.


Obrigado pela atenção.



Victor Andrade

domingo, 9 de maio de 2010

Grande amiga, você voltou. Já era a hora, hein?! Quantas saudades eu senti de ti, dos nossos momentos. Você que era presente em minha vida, me abandonou. Quer dizer, nem sei. Acho que fui eu quem te expulsou. Ah! Não interessa. Você voltou, isso importa. Percebi que estamos em mais sintonia do que nunca. Agora, cara amiga, eu te peço encarecidamente, não se vá mais. Nem que eu te expulse, enxote, não liga pra nada disso. Perdoa essa minha intermitência. Não me abandona mais, Felicidade.

Abraços à você companheira Felicidade.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

does anybody know where we are really gonna go?

eu sei, eu sei. nós vamo ali, bem ali. não, não, aquilo não. vamos além daquilo. está vendo aquelas montanhas? vamos um pouco mais. está vendo aquele vilarejo? garanto que vamos mais. está vendo aquela casa? aquela ali, ó, pré-fabricada. pois é. passaremos. vamos cantando, vamos além dela. vamos de canto. tá combinado então: você canta para mim qualquer coisa assim sobre você, que explique a minha paz. que eu garanto, tristeza nunca mais.


Ah! Chega! não sei aonde vamos, não. admito, não sei mesmo. mas, quer saber?! qual a graça de saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada?

Esquece. Só vem comigo. Ao lado. Não, não. Na frente, me guiando por tudo, por todo, por sempre. e não importa se o "pra sempre" sempre acaba. pra nós não. nada importa.

vem!


Victor Andrade

domingo, 2 de maio de 2010

a magia do nosso teatro

De repente toda a mágica que havia se esvaído, renasceu, voltou, ressurgiu, como uma fênix que se refaz de suas próprias cinzas. A casinha apertada que construímos com a presença, com escritos, com camelos, com sorrisos, com "nós", dia após dia, voltou a ter cor, a ter graça, já não sobro(só) naquele singelo sobradinho cujo qual o ventilador não faz mais falta(há outra companhia me deixando gélido).

Sim! As nossas preces alcançaram o céu, sim. Mas também já foram veladas algumas vezes. Hoje elas estão aí, esperando alçar voo. Coração, eu também não sei o que aconteceu. Deveria, eu sei. Mas não sei. No fundo, eu só espero que o seu rosto ainda tenha o gosto meu.

Temo quando te espio(coisa que faço com a frequência do piscar de olhos) e vejo você falando da lua, da estrela e de um certo mal. Este, que ultimamente, anda te acompanhando como Sancho Pança e Dom Quixote. Garanto, como na obra, que ele irá se render aos seus sonhos, à sua fantasia, à sua magia, essa que balança o mundo, que une bailarina e soldado de chumbo.

Nada é mais vazio, nem aquela casinha que construímos no início, desde o início. Ultimamente ela, tão pequena, me parecia mansão, castelo. Era só eu, dentro daquele imenso "casarinha". Mas não consigo não me render ao seu eterno(perfeito) plié. Ele me deixa atônito, estático, na iminente inércia da inacção. Ele torna essa casinha um cubículo, onde não cabe mais nada, nada além do nosso amor cheio de rugas.

Estranho, aquele velho beijo com sabor de café requentado já não foi mais o mesmo. Foi mais, foi além. Foi ele que manteve de pé quando faltou a solitária perna de chumbo.

"Me abraça forte, que é chegada a nossa hora"

Victor Andrade

terça-feira, 13 de abril de 2010

Fim!

Cansei!

Cansei de ficar só. Cansei de acordar só. Cansei de dormir só. Cansei de ser, só!
É, desisto. Desisto de querer ser eu na minha própria companhia. Desisto de querer ter todos por uma noite e dormir, só! Desisto de desistir da entrega. Desisto de desistir de ser coração. Desisto de querer provar que sou alfa, beta ou gama. Desisto da compreensão dos fatos. Desisto de tentar entender a dependência exacerbada que cultuo por alguns. Desisto de negar que preciso daquela companhia desesperadamente. Desisto de tentar me auto-provar que sou melhor só!
Cansei. Cansei de tentar ouvir Caetano dedilhando bossas ao vento e atentar-me ao trânsito(em vão!). Cansei de tentar fazer com que Camelo e Amarante não falem por mim. Cansei de tentar ficar de pé sem teu café requentado. Cansei do "mim", talvez nós!

Desisto!

Cheio de me sentir vazio.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Ato fúnebre de um jovem vivo...

Eu estou morrendo! Sim, estou. Não me faz pior admitir. Eu estou morrendo a cada dia que passa. Toda noite, antes, após ou até durante a oração, me pego com esse pensamento fúnebre. Às vezes é meio triste, outras é bom. Fico triste por pensar que mais um dia se foi, 24 horas a menos até a hora de eu não mais ser(terreno). Isso é triste. Fico feliz por viver mais um dia e perceber que fui feliz, que fui eu, que fui amigo, amante. Que fui. Que existi. E que pra uma, pelo menos uma pessoa, eu fui a melhor companhia daquele dia. Fui o motivo do seu riso, fui o conselheiro, fui sua vida por alguns minutos ou horas. Fico triste também, por haver a hipótese de eu ser o choro de alguém. Por eu ser o fim do seu riso, aquilo que lhe faz deixar de brilhar e se torna breu. Fico feliz de saber que quanto mais perto chego da minha morte, mais mudanças ocorrem. Não sei se boas ou ruins, mas são mudanças. Elas são importantes, são essenciais. Que graça teria ter aquela velha opinião formada sobre tudo? Não, obrigado! Metamorfose Ambulante! Já não sou mais o mesmo de ontem, nem sequer o mesmo do desjejum. Sei, soa filosófico, poético. Não é. É verdade. Imagine quantas coisas ocorrem num período de 4 horas. Elas podem lhe mudar muito, por muito tempo. Em outras tantas vezes, fico triste por, talvez, essas mudanças me fazerem pior. Não, pior não. Me fazerem diferente demais pros meus. Temo que eles não acompanhem isso, não gozem do mesmo momento que eu, que eles não gozem como eu. Temo perdê-los justamente pelo que acho mais bacana do "serumano"; mudanças. Mas, a felicidade sempre vai prevalecer, eu sei. Quer dizer, não sei, mas torço. Não gosto de falar "sempre". Nada é para sempre. Eu sei, falo por saber. Já fiz juras eternas de amor à minha "sempre" amada companheira. Sim, eu acreditava que fossêmos ser pra sempre. Ela também. Todos também. Hoje, o "oi" apenas, nos traduz por completo. Somos meros conhecidos. Já fomos "sempre", hoje nem somos mais. E, sim, era amor de verdade, com certeza absoluta(o pleonasmo cabe aqui). Com a certeza de um pobre rapaz que sofre de "depressão pós-algumacoisa".
Não penso na morte como algo triste, plausível de choro. Sim, eu choro. De burro que sou! O ato de morrer é inerente ao ser humano. Todos morrem, todos sabem. Ninguém espera, mas todos sabem. O que muda é a concepção de morte. Pra alguns ela é razão de desespero, ela é o inimigo que lhe rouba os entes e amigos. Que lhe fere ao ponto de não cicatrizar jamais. É um significado doloroso à morte. Outros tantos consideram a morte como uma passagem espiritual, apenas a transição para um novo estágio. Há outra turma, da qual faço parte, que não sabe, nem se importa em saber, se morte é passagem, estágio, o quer que seja. Vivem e pronto. Consideram a morte como a única companheira da dose saideira. Fazem dela um happy end de incontáveis happy hours.

Vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, morramos como quem soube viver direito.

Victor Andrade

terça-feira, 23 de março de 2010

À Ana

Minha amiga.

É verdade que eu parto, e para uma viagem muito longa e remota, que será como um desaparecimento. E é verdade ainda que a empreendo assim bruscamente, não por curiosidade de um espírito que já não tem curiosidades – mas para findar do modo mais condigno e mais belo uma ligação, que, como a nossa, não deveria nunca ser maculada por uma agonia tormentosa e lenta.

Decerto, agora que eu dolorosamente reconheço que sobre o nosso tão viçoso e forte amor se vai em breve exercer a lei universal de perecimento e fim das coisas – eu poderia, poderíamos ambos, tentar, por um esforço destro e delicado do coração e da inteligência, o seu prolongamento fictício. Mas seria essa tentativa digna de si, de mim, da nossa lealdade – e da nossa paixão? Não! Só nos prepararíamos assim um arrastado tormento, sem a beleza dos tormentos que a alma apetece e aceita, nos puros momentos de fé e todo deslustrado e desfeado por impaciências, recriminações, inconfessados arrependimentos, falsa ressurreições do desejo, e de todos os enervamentos as saciedade. Não conseguiríamos deter a marcha da lei inexorável – e um dia nos encontraríamos, um diante do outro, como vazios, irreparavelmente tristes, e cheios do amargor da luta inútil. E de uma cousa tão pura e sã e luminosa, como foi o nosso amor, só nos ficaria, presente e pungente, a recordação de destroços e farrapos feitos por nossas mãos, e por elas rojados com desespero no pó derradeiro de tudo.

Não! Tal acabar seria intolerável. E depois como toda a luta é ruidosa, e se ano pode nunca disciplinar e enclausurar no segredo do coração, nós deixaríamos decerto entrever enfim ao mundo um sentimento que dele escondemos por altivez, não por cautela – e o mundo conheceria o nosso amor justamente quando ele já perdera a elevação e a grandeza que quase o santificam... De resto, que importa o mundo? Só para nós, que fomos um para o outro e amplamente o mundo todo, é que devemos evitar ao nosso amor a lenta decomposição que degrada.

Para perpétuo orgulho do nosso coração é necessário que desse amor, que tem de perecer como tudo o que vive, mesmo o Sol – nos fique uma memória tão límpida e perfeita que ela só por si nos possa dar, durante o porvir melancólico, um pouco dessa felicidade e encanto que o próprio amor nos deu quando era em nós uma sublime realidade governando o nosso ser.

A morte, na plenitude da beleza e da força, era considerada pelos antigos como o melhor benefício dos deuses – sobretudo para os que sobreviviam, porque sempre a face amada que passara lhes permanecia na memória com o seu natural viço e sã formosura, e não mirrada e deteriorada pela fadiga, pelas lágrimas, pela desesperança, pelo amor. Assim deve ser também com o nosso amor.

Por isso mal lhe surpreendi os primeiros desfalecimentos, e, desolado, verifiquei que o tempo o roçara com a frialdade da sua foice – decidi partir, desaparecer. O nosso amor, minha amiga, será assim como uma flor milagrosa que cresceu, desabrochou, deu todo o seu aroma – e, nunca cortada, nem sacudida dos ventos ou das chuvas, nem de leve emurchecida, fica na sua haste solitária, encantando ainda com as suas cores os nossos olhos quando para ela de longe se volvem, e para sempre, através da idade, e perfumando a nossa vida.

Da minha vida sei, pelo menos, que ela perpetuamente será iluminada e perfumada pela sua lembrança. Eu sou na verdade como um desses pastores que outrora, caminhando pensativamente por uma colina da Grécia, viam de repente, ante os seus olhos extáticos, Vênus magnífica e amorosa que lhes abria os braços brancos. Durante um momento o pastor mortal repousava sobre o seio divino, e sentia o murmúrio do divino suspirar. Depois havia um leve frêmito – e ele só encontrava ante si uma nuvem recendente que se levantavam se sumia nos ares por entre o vôo claro das pombas. Apanhava seu cajado, descia a colina... Mas para sempre, através da vida, conservava um deslumbramento inefável. Os anos poderiam rolar, e o seu gado morrer, e a ventania levar o colmo da sua choupana, e todas as misérias da velhice sobre ele caírem – que sem cessar sua alma resplandecia, e um sentimento de glória ultra-humano o elevava acima do transitório e do perecível, porque na fresca manha de Maio, além, sobre o cimo da colina, ele tivera o seu momento de divinização entre o mirto e o tomilho!

Adeus, minha amiga. Pela felicidade incomparável que me deu – seja perpetuamente bendita.

(adaptado)

terça-feira, 16 de março de 2010

De dia nasço
De tarde, ardo
De noite, tardo.
No braço, aço
Na boca, masco
No peito, laço.
Na pia, prato
Na nua, tato
Na sala, faço
Sexo-de-estar.
Por ti, mato
Por ela, morro
Por mim, peço
Amém, socorro!

Victor Andrade
Faço-me de morto
não, não quero torto
a razão do sentimento
que festeja ao doer.

Morro, estou vivo
No peito dou-me o tiro
que me queime a roupa
que me arranque as "tripa"
que me molhe a boca
imersa em nostalgia.

Psiu! mais uma dose
pra matar a sede
pra morrer no vão
pra overdose
armar a rede
que repouses meu quinhão.

Victor Andrade

terça-feira, 9 de março de 2010

Estranho como as pessoas mudam. Estranho o jeito e a rapidez com que elas mudam. Mas, engraçado, o mais estranho de tudo é ver que ainda são as mesmas. Como mudam e ainda conseguem ser as mesmas?
Hoje parei pra pensar como eu mudei. Peguei algumas fotos de infância, que por sinal não são poucas, e tentei lembrar o que eu pensava quando eu tinha meus sete-oito anos. Só lembrei de alguns fatos curiosos: Papai Noel, meus bonecos dos Cavaleiros do zodiaco, que eu queria ter um chachorro, que ir pra escola de manhã era chato, que queria ter uma guitarra, e que foi o ano que ganhei o “Wish you were here” do Pink Floyd e que, provavelmente tinha passado muito tempo escutando. Depois dessas lembranças, busquei recordar coisas mais recentes, talvez assim me sairia melhor.
No meu momento saudosista, caí de pára quedas no ano passado. A memória mais forte foi a de que conheci uma garota. Bem, a partir daí, só me lembro de ter gastado todo meu amor nos primeiros segundos que fiquei com ela. Estranho, mas aquele ano, se passou em alguns segundos. Ao menos pra mim. Gostava do jeito que ela olhava pra mim. Amava isso. Era tudo tão fascinante quando estava com ela. Como se ela fosse meu prisma e pudesse refratar minha luz branca sem graça em todas as cores do arco-íris. Eu a fazia rir. Ela gostava. Tenho certeza que sim. Poderia ficar falando por horas pra vocês sobre todos aqueles segundos. Sim, caros amigos, eu estava apaixonado pela pessoa mais perfeita pra mim.
Mas as pessoas mudam, não é? E num belo fim de tarde de domingo...acabou. Todo aquele sólido sentimento, simplesmente sublimou. Sem aviso prévio, nem carta de despejo. Nem um porquê. Nem sequer um maldito porquê. A vida é breve para questionamentos.
Acontece que, a vida é isso. Todos mudamos o tempo todo sendo os mesmos. Nas seguintes semanas não conseguia a ver se aquela velha sensação de frio na espinha. Passei a cultuar o amor inexistente...até ver que ela mudou. Ela mudou, já não anda como antes, já não frequenta os mesmos lugares, cresceu alguns milímetros, estuda outras coisas, anda com outra turma, uma turma sem graça e nada exemplar. Achei ela um tanto influenciável. Mas, com o mesmo sorriso de desprezo que a marcava tanto, e que vez por outra brotava dos lábios seus. Pouco restava daquela velha garota que me cativou sem porque há um ano atrás.
Depois fui pensar se eu era que tinha mudado meu ponto de vista ou se realmente ela que havia sido uma metamorfose ambulante. Fiquei triste. Porque de alguma forma, talvez cósmica, ela ainda detinha grande parte da minha preocupação. Acho que algo mais paterno, mais de cuidado, de um carinho inexplicável. Triste ficava quando a via naquele âmbito, fazendo coisas que não considero legais, e acho que no fundo e no final ela concordaria comigo. Quando imaginava que não poderia fazer nada, pelo simples fato de achar que ela não vai dar a mínima pra mim... Não! Isso é ruim de mais. Ainda mais quando você sabe que não é mais o sentimento de desejo, mas o de carinho, atenção e preocupação que imperam. Posso não estar com ela nem ser seu melhor amigo, mas acho que ela sempre será a pessoa que procurarei saber da vida. Não sei até que ponto isso é bom( ou ruim) pra mim. Querendo ou não, durante alguns segundos ela não foi sequer a razão da minha vida, pois ela era minha vida por completo.

"Ainda somos os mesmo e vivemos como os nossos pais."

Pedro Henrique

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma
alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são
contratos e nem promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça
erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e
não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no
hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais
para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio
ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima
se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não
importa o quanto você se importe, algumas pessoas
simplesmente não se importam... E aceita que não
importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de
vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que leva-se um certo tempo para construir
confiança e apenas segundos para destrui-la, e que
você pode fazer coisas em um instante, das quais se
arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a
crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não
é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram
escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se
compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu
melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou
nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as
pessoas com quem você mais se importa na vida são
tomadas de você muito depressa ... Por isso, sempre
devemos deixar as pessoas que amamos com palavras
amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm
influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por
nós mesmos. Começa a aprender que não se deve
comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a
pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde
está indo, mas se você não sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla
seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível
não significa ser fraco ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma
situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que
era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática. Descobre
que algumas vezes, a pessoa que você espera que o
chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam
a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os
tipos de experiência que se teve e o que você
aprendeu com elas, do que com quantos aniversários
você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do
que você supunha.
Aprende que quando está com raiva tem o direito
de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de
ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito
que você quer que ame, não significa que esse alguém
não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas
que nos amam, mas simplesmente não sabem como
demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado
por alguém, algumas vezes você tem que aprender a
perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que
julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu
coração foi partido, o mundo não pára para que você
o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar
para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua
alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga
flores.
E você aprende que realmente pode suportar...
Que realmente é forte, e que pode ir muito mais
longe... Depois de pensar que não se pode mais. E
que realmente a vida tem valor e que você tem valor
diante da vida.

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos
conquistar, se não fosse o medo de tentar."

William Shakespeare

sábado, 30 de janeiro de 2010

Você que me faz perder tempo
Pensando em qualquer verso violento
Que deixe bem claro
e que não deixe dúvida
Que não lhe ver é certa morte súbita
É morte certa dos sorrisos
E completo desespero dos sentidos...
Você que é saudade quando ausente
Desejo quando presente
Inverno, primavera ou verão
És prazer em qualquer estação
Frio ou calor, poesias de amor
Você bom-humor,
Alucinante, estimulante, esse amante
Que já quis de tudo nessa vida
Agora só precisa desse teu abraço de menina
Para esquecer de tudo
Para mudar o mundo...
E que seja sempre e sempre assim
Eu e você, predicado e sujeito
Sem você, sujo, sem jeito
Eu e você, presente perfeito
A conjugar o nosso amor-enredo
No tempo sempre s(en)fim

Victor Andrade e Erick Daniel

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Acho que sou louco. É, louco. Hoje me acometi de uma loucura e resolvi escrever sobre amizade. Amizade?! Mas como escrever algo sobre algo inexplicável? Como eu posso me embasar pra falar de uma coisa que transcende a lógica. Pois, é. Mas eu sou louco. E é disso que vou falar.

"Amigo", que ser é esse? Como você pode confiar tanto em uma pessoa que nem sequer é do seu sangue? Como se pode depender tanto de uma pessoa que não lhe dá nada, a não ser sua companhia? Mas esse é o x da questão. Essa companhia!
Cada momento vivido gera uma recordação, da qual você se lembrará quando ele não estiver perto. Aquela simples presença lhe faz sair do mais torrencial pranto, para cair num mar de gargalhadas. É incrível como aquele problema insuperável, se faz tão miúdo quando o amigo está ao lado.
É, caro amigo, isso é a tão famosa amizade. Amizade é como o casamento. Na alegria, na tristeza, na doença, até que a morte os separem. "Pô, ela era minha amiga, mas acreditou nele. =/" Não! Ela não lhe considerava amiga, não! Amigos confiam um num outro, confiam a verdade. E há verdades que só amigos podem saber (^^). Você nunca deixará de acreditar no seu amigo, pra ouvir quem quer que seja. É nisso que se baseia a amizade: confiança e entrega.

Se você leu tudo isso, e pensou "ele tá exagerando, eu não sou assim com meus amigos." Sinto lhe informar, você não tem amigos ;/. É, você não os tem. Se acostume com a idéia. Você tem os tão famosos "colegas". Anda com eles por afinidade, conversam, é bom. Sim, é bom! Mas não tem aquele gosto, de saber que vai ser sempre ele a lhe ouvir. Sejam os lamúrios, sejam as bobagens, sejam as piadas. Amigo é amigo! É redundante, mas é isso, e nada é sequer comparável.

Quem os tem, se identificará com tudo isso que eu to falando. Vai ler e vai pensar "esse cara, tá certo. eu tenho essas pessoas comigo *-*". Pois é. Eu os tenho, e me orgulho de tê-los. Meus caros amigos. Caros sim, em ambos os sentidos da palavra. É, eu disse, amizade é complicado. Mas não há nada igual a um amigo.

"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!"

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Eu li algo há algum tempo que, por incrível que pareça, me fez lacrimejar. Sim, chorar! O poeta fala do amor, no mais puro sentido da palavra. Amar por amar. Amar incondicionalmente, sem esperar ser correspondido, apenas amar. Amar por vê-la por perto, ou até por não vê-la, por apenas ser. Amar pelo fato de sua ausência ser a maior presença em sua vida. Amar por se sentir completo a amando, mesmo que ela ame um outro amor. Amar sem medidas, sem pudores. Viver a penar, mas penar amando aquele ser tão sublime que lhe faz perder o riso, o verso e a prosa. Sofrer! Sofrer de amor. Algo um tanto quanto paradoxal, mas não importa, você a ama. E basta!

Sem mais delongas, eis o texto cujo qual falei logo acima. Leiam. Chorem se sentir vontade. Riam se lhes for conveniente. Mas não esqueçam de amar. Basta!

"Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada."

Vinicius de Moraes

"Isso dependeria da sua não existência"

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

É engraçado...

É engraçado! Sim, é engraçado. Não temos nem 20 anos ainda e já "sofremos" tanto. Como assim "sofrer"? Às vezes, muitas vezes, exageramos coisas ao ponto de pensarmos que nada tem mais jeito. Temos "tudo", uma boa família, uma boa condição, bons amigos, boa saúde, o necessário completo. Qual o motivo de "sofrermos" tanto, afinal?

Ah...a vida. Essa sacana, sempre nos pregando peças. Nunca se sabe qual será o dia de amanhã, nem mesmo se haverá um amanhã. Você está bem, muito bem. Amanhã poderá ouvir algumas poucas palavras de uma, apenas uma, pessoa que lhe desestabilizará completamente. Essas palavras lhe roubarão o chão, lhe deixaram atônito, sem saber como agir. Elas lhe farão julgar se você está fazendo a coisa certa, no momento certo.

Essas poucas palavras lhe fazem tomar atitudes, que você não saberá se são certas nem daqui há 1, 2, ou 10 anos. Elas mexem com o seu "eu", com o seu "nós". Essas malditas palavras lhe fazem questionar se o "amor da sua vida" é presente ou futuro. O fato de não ter nem a segunda década de vida completa, lhe induz ao segundo tempo gramatical. Mas o amor incondicional, aquele que lhe diz que ela é "aquela sem a qual a vida é nada/ sem a qual se quer morrer", lhe diz "PRESENTE!" , em ambos os sentidos da palavra.

Dia-a-dia você se pega pensando no seu "amor da minha vida", no quanto ele lhe faz bem, no quão bom é estarem juntos, e em como aquele olhar faceiro lhe deixa na inércia da inacção. Mas não se pode esquecer aquelas "malditas" palavras. Que dizem que você deve viajar, expandir a mente, se divertir, sem algo que lhe prenda. Elas acompanham sempre aquele velho discusso: "você é muito novo...".

Sempre haverá algo que lhe prenderá a alguém, algo que não lhe deixará "curtir" a sua vida sem pensar naquele outro ser, algo inexplicavelmente intrigante que lhe fará perder a compostura apenas em pensar que ele existe. Mas enquanto houver o pensamento que você é novo demais, haverá o dilema.

"Sem teu café requentado soldado de chumbo não fica de pé."

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